Deixo aqui um pouco de mim. Deixe-me um pouco de você!





A fé é conhecimento dentro do coração, no qual as provas não chegam...
Nenhum desejo vivo permanecerá irrealizável...
O Rio pressente o Mar antes mesmo de chegar ao escoadouro...
É a sede, não se esqueça, que conduz à prensa da uva...
Na vontade do ser humano, há um poder de desejo que transforma nossa escuridão em sol...

(Gibran)

Do livro: Gibran e o Amor

É verdade, nem sempre as coisas saem como gostaríamos.
Nem tudo pode ser azul como queremos e a pintura fica diferente.
Às vezes porque não damos a atenção devida, outras porque nem sabemos o que queremos.
Erramos a tonalidade.
E quando comungamos com outra pessoa a mesma tela, um saberá pintar melhor.
Um se dedicará mais.
Um amará mais.

E o azul nem sempre vai ter sua vivacidade, porque uma tela dividida é abertura de sentimentos e ninguém sente da mesma forma.
(J. L)



Crédito foto: Pintura Abstrata http://www.casadacultura.org/arte/arte_digital/aline_pottier/abstrato_grd.jpg


Você não conhece todos os meus desertos
Você costuma me ver mais sorrindo
Nem sempre vê minhas lágrimas
Nem meu coração quando chora

Você que me admira sem demora
Que rir de minhas loucuras tão bobas
E de minhas idéias improváveis
Ou sente meu carinho aberto

Vês?!

Veja assim como sou
Quando estou contigo, amigo, quero ser a melhor
Mas não tenho só o que é bom
Humana e limitada
Só te peço que suportes o meu pior.

(J.L.)



A vida dá
Depois te toma
Te devolve
Depois retoma
Tudo se embaralha
Depois se ajeita
Hora se perde
Depois ganha
Aprende pois que isso é viver
Que não existe fórmula pronta
Agora é assim
Mas o depois...
O depois contigo conta.


(J.L.)

Penso um milhão de vezes em fazer uma coisa
Pra no momento tudo se desfazer
Porque se esbarra na opção do outro
E o outro não está sujeito a mim

Não tenho o direito de exigir nada
Não devo exigir que se adaptem às minhas vontades
Nem aos meus quereres, planos ou sonhos
Cada um tem suas escolhas

E eu rezo para que possamos apenas nos entender
Na busca do que queremos para nós
É assim, caminhar junto requer olhar na mesma direção
Mesmo com opiniões contrárias

Porém se quiseres minha presença a terá
Se quiseres ir, va
Se quiseres ficar, fique
Mas por favor, também não me impeça de alçar voo

Não me prenda a sentimentos baratos
Eu anseio por profundidade, altitude e por liberdade
Tudo que existe em mim é livre
Independente de qualquer outros.

(J.L.)



"Eu penso que meu próprio pensar 
me trai tantas vezes pensando em 
quem não devo pensar." 


( J.L.)




"O Amor é completo querendo habitar
em nós tão incompletos.
O amor é o que nos torna melhores
porque melhor é o que Ele sabe ser."
(J.L.)




"É mais que um aprendizado conversar com pessoas de mente e coração aberto.
Gente que dispõe de delicadeza, que não impõe regras, que não se acha dono da situação e detentor de todo o conhecimento; 
Gente simples que distribui sorrisos e transmite paz;
Gente que escuta porque também quer aprender, que sabe das verdades que segue mas não tira o direito do outro de ter as suas, que não constrói barreiras querendo emitir apenas suas opiniões; 
Gente que sabe ser e deixa que os outros sejam. "

(J.L.)



"Nunca gostei de promessas futuras
De imaginar uma vida lá longe
Sempre gostei do perto
Do agora, do instante
Viva comigo hoje
Voe comigo hoje
E chegaremos no amanhã."

(J.L.)





Sempre falam que toda rosa tem seus espinhos
E que os espinhos fazem parte da mesma, e de fato
Se eu fosse uma rosa viveria a questionar meus espinhos
Por que eles ferem e impedem de alguns chegarem até mim?

Espinhos machucam os outros
Mas as rosas talvez se sintam solitárias
E repudiadas por aqueles que se impedem de ver sua beleza ou sentir seu cheiro
Há quem nem chegue perto pra querer conhecer o que ela é.


Talvez também os espinhos sejam uma proteção
Afastam aqueles que querem arrancá-la do que ela realmente é
E talvez seja melhor ficar ali com seus espinhos
E sentir seu próprio cheiro
E deixar-se admirar ao longe.

(J.L.)


Chorar em Teus braços meu Jesus
É o que eu sei fazer
Sou como filha boba
Que quando se machuca
Sai correndo para os braços do Pai.

Teu amor me acalma
Aquece minha vida
Mesmo quando dela eu quero desacreditar
E me limito a passar os dias

Chorar em teus braços meu Jesus
É o que eu sei fazer
Contigo posso ser quem sou
Frágil, delicada como uma flor

Teu amor é que me acolhe
E consola a minha alma
Que me esvazia de mim mesma
Para mostrar-me o que realmente sou.

(J.L)




Poderia falar o que quero falar
Mas não posso falar do que ainda não compreendo
E talvez nem seja compreensível
Posto que o coração explode
Mas a razão freia

Essa luta não sei quem ganha
Mas a batalha está travada
Eu queria perder pra mim mesma
Para esta consciência racional
Que empobrece meu coração

E deixar-me render pela emoção
Não resistir e persistir em lógicas
Ouvir toda canção
E dançar, morrer em
paixão.
(J.L.)

Eu vivo talvez para consumir-me em  rimas
E me deleitar em versos
Sombrios e incompreensíveis
De uma vida que penso entender

Que penso ser arte
Ou arte dela tento fazer
Criando motivações
Quando nada tenho pra me convencer

E pensando numa felicidade
Que talvez não me pertença aqui
Porque espero o inesperado
O incomum surpreendente

Vivendo sem entender
Entendendo o que pode ser
E o não ser que se faz perder
Tão logo em meu ser.


(J.L.)


Não, eu não sei o que me toma
O porquê da tristeza
E a dor que parte minha alma

Nem sei por que as lágrimas correm
E insistem em percorrer pela face
Dilatando meu coração

De repente, assim, acumulo talvez
Do dia cansado
Dos pensamentos dobrados

Do não mais acreditar do que é pra mim
Nem ter certeza alguma do que tenho em mim
Minhas eternas contradições...

(J.L.)


É o que devo aceitar! Que cada pessoa tem sua liberdade, o direito de escolher o que quer para si. Entendo que ninguém pode obrigar o outro a gostar dele, ou a ter algum tipo de sentimento seja lá qual for. Sentimento deveria ser sinônimo de liberdade.

E pensar que muitas vezes queremos escravizar as pessoas com nosso sentir. Cada um tem direto de escolher a companhia que quer para estar ao seu lado. Mas por que é tão difícil entender que em algum momento o outro não quer nossa presença?

Nem sabemos porque isso nos machuca, já que por vezes enfatizamos que necessitamos dessa liberdade. Então por que não aceitar quando é o outro que não nos quer por perto? Aceitar que ele está expressando sua liberdade de escolha.

E vejo por aí muita gente sofrendo por isso como eu. Pela rejeição de algumas amizades ou algum amor, ou até mesmo quando há outros interesses passageiros mas que machucam pela aspereza de não haver sinceridade naquela relação. E o pior é saber que quem te rejeitou depois vem como se nada tivesse acontecido. Como se você não tivesse capacidade de perceber a truculência daquele ato.

O ser humano quando olha por seu ego esquece de quem tá por perto. Creio que somente esta seja a resposta. E usar a liberdade é válvula de escape para se beneficiar pelas indelicadezas sejam elas inconscientes ou não.

O que eu queria mesmo, não é ter que ser trocada em algum momento por outra presença mais atrativa, ou não ser convidada para algum evento importante, ou pensar que sou amiga de alguém sem ele considerar, tais fatos realmente não me incomodam, pois prezo que cada um tem o direito de ter as companhias que quiserem e na hora que quiserem, mas que não houvesse a indiferença, a frieza, como se você fosse um nada e nem estivesse ali. A liberdade não me machuca eu a aprecio, mas não a use, ela não é comparsa das “horas convenientes”.

E fico triste sim, porque em minha liberdade devo entender o quanto ela é mal usada, o quanto muitos estão longe dela, mas se sentem tão senhores de si que não percebem o mal que fazem aos outros. Devo entender que tenho pensamento diferente e faço diferente e que eu vou sofrer muitas vezes por isso, porque para encontrá-la é preciso antes desapegar-se do que não é seu e é preciso continuar sendo amigo, mesmo que ninguém te reconheça como tal.


(J.L.)




Você foi quem me fez falar de amor
E me descobrir nas rimas da poesia
Suspirando pela alegria de querer estar contigo

Amar-te foi a primeira abertura do coração
O primeiro frio na barriga
A primeira noite sem dormir pensando em alguém

Amar-te foi a primeira dor
A primeira lágrima de amor
A primeira separação, mesmo sem tentar

Foi a continuação das esperanças de quando te encontrar
E me frustrar por todas as vezes que não deram certo
E foi ver o destino nos levar pra longe, pra bem longe

E sonhar por um dia poder reencontrá-lo
E viver mergulhada numa imensa saudade
Que transpassa a alma
E volta ao passado toda vez que uma chuva caí.


(J. L.)



E é assim,
Algumas coisas se perdem no vasto olhar
Quando nem sabemos o que pensar
E pensando , acabamos por sonhar

Mas quando esses mesmos sonhos
Se esvaem nos próprios pensamentos
Sem possibilidades, sem rumos
Fruto do desejo do coração

Aí vem a tristeza
De estar tão perto e se fazer longe
De querer  sem poder
De relutar contra seus próprios pensamentos


Insanos ou não
Coerentes ou não
Mas vivos e quentes
Perdidamente loucos.

(J.L.)



Eu poderia ter parado
Poderia ter desistido e desisti de algumas coisas
Mas não esqueci da simplicidade que necessito
E busquei-a em meu intimo
Eu revirei os pensamentos
Confrontei paradigmas
Rebusquei sentimentos
E sobrevivi aos confrontos internos
Voltei a olhar a vida, tão minha
Procurando os aromes suaves
Descobrindo novas belezas
E segui colhendo as flores diárias
Os risos discretos
E voltei sim a minha paz.

(J.L.)



Gosto do que é, mesmo em proporções pequenas.
O que não gosto é do meio termo, do indefinido, ser ou não ser, tem não tem, é não é.

Se existe não negue, mas não é justo fingir que existe, nem alimente o inexistente.
Não há nada que faça mais mal do que a repressão do ser, do haver, do existir.

(J.L.)







Talvez eu seja uma poetisa mesquinha, amo falar do amor, mas não sei amar, ou talvez não queira amar.
Talvez não saberia praticar o que penso do amor porque quando penso que sei surgem novas emoções.
Talvez eu nem saiba mesmo nada do amor porque nunca me entreguei de fato a ele.
Talvez eu tenha medo de amar e tenha medo de perder a razão.

Talvez eu ame mais a razão que o próprio amor e sonhe racionalmente em perder-me em algum amor e queira me entregar e viver o que só consigo escrever.
 É, talvez!

(J.L.)


Vem, em Tuas águas quero megulhar
Vem, águas tranquilas Tu tens pra me dar

Vem Espírito de Deus
Vem me renovar
Vem, com Tua palavra
Meu coração vai se animar

Vem, em teus caminhos quero estar
Vem, caminhos firmes só Tu tens pra me dar.

( J.L.)




Meu Deus!!! Como é engraçado!...
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço...Uma fita dando voltas?

Se enrosca...
Mas não se embola , vira, revira, circula e pronto: está dado o abraço.É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.E quando puxo uma ponta, o que é que acontece?

Vai escorregando
devagarinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E na fita que curioso, não faltou nem um pedaço.Ah! Então é assim o amor, a amizade.

Tudo que é sentimento? Como um
pedaço de fita?
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz - romperam-se os laços.

-
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor é isso...Não prende, não escraviza, não aperta, não sufoca.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.


(Mário Quintana)


E  hoje se valoriza músculos
Pernas bem aperfeiçoadas
Uma cintura fina
Numa calça apertada

E muitos querem te mudar
Fazer de ti um altar
De beleza externa
Como se não tivesse nada a dar

É por isso que digo
Não adianta cabelo nem olhos bonitos
Quando uma palavra puder falar
Nada se compara ao ser que de fato sabe brilhar

E não precisa de roupas de marca
Esbanjar vaidade porque tudo isso passa
Procura manter dentro de ti o que afaga
Um coração bonito, uma beleza nata.

(J.L.)



Restará de mim a poesia
Tudo o que pude expressar
Mesmo quando não podia
Mesmo quando doía
E teimava em acreditar

Os versos me salvam
Das mais difíceis e intrínsecas batalhas
Das poucas esperanças
E distantes sonhos

Sou parte da rima
Descrita em saudades
Indignada quem sabe pela ausência
Mas vislumbrante pelo que haverá amanhã.

(J.L.)

Escrever às vezes me faz bem
Escrever muitas vezes me faz mal
Arranca-me lágrimas, dor
Outras vezes fortalece, dar animo

Defino-me em linhas que nem sempre irão entender
A saber, quanto de mim estou a escrever
Formulam-se suposições do que talvez nem possa ser
Sou e não sou em verso
Escrevo apenas...
Vou vivendo  e escrevendo
O que sou, o que vejo

O que entendo e o que não entendo
O que pretendo e o que nem tento
Fora, dentro, extra mim
De mim, de tantos, por tantos

Em quantos, encontros
Arte, vida, encantos
Eu tantos
Outros tantos...

(J.L.)

Quando os olhos se perdem no horizonte
Interrogando a vida
O sentido ou que prazer ela dar
Ou é ela que não vale a pena
Ou sou eu que não sei apreciar

E perco-me...
Nestes pensamentos...
Vagos...
Hora com sentido...
Hora sem nenhum...

Apenas a palidez mórbida do nada
De não haver definição do sentir
Nem alegria, nem tristeza
Apenas vazio...


(J.L.)


E se viver for por tanto
Passar por esta vida
Que farás tu, ó alma, para bem seguir?

Que valores, que virtudes deseja?
Que sonhos, que coragem precisa ter?
Que limites imporá a si próprio?


E como?
Como chegará ao fim
Do que será eterno?

( J.L.)


Surpreendo-me pensando em coisas passadas, escolhas mal feitas ou bem feitas, sei lá, mas escolhas. E tudo acontece em torno disso, das nossas opções.


Tantas coisas que passei, que se pudesse voltar ao tempo e tendo ciência do que aconteceria, faria diferente, tem horas que eu gostaria de mudar o passado, porque o arrependimento bate forte e se pudesse fazer mágica, eu faria, ou simplesmente se pudesse escolher dizer um não ou algum sim que não disse, diria.


Como mudaria! Isso não é lamentação! Não, não! É simplesmente perceber quantas burrices se fez, conselhos que poderiam ter sido ouvidos e promessas que nunca se deveria ter escutado. Há erros que são tormentos... não se apagam com uma noite de sono. Perpetuam-se no arrependimento.


Penso, deveria ter mesmo vivido isso? Fazer planos, sonhar, criar expectativas, acreditar no que me prometeram, dar credito, oportunidade? Quanta coisa essa vida ensina, quantas peças ela nos prega, quantos disfarçados encontramos neste cenário e quantos circos...


Dizer que aprendi, nem posso! É singular cada vivencia, vou me surpreendendo comigo e com os outros, isso é fato... e vou mudando...  É certo que gostaria de apagar algumas escolhas de antes e hoje só posso ter a determinação, do não quero mais, do que não serve pra mim, do que não preciso pra ser feliz.

(J.L.)





Faça sol ou faça chuva
E meu coração trancado
Submerso em solidão

Diria que tua falta me consume
Que a distância entre nós me corrói
Que a saudade me entristece

Não é que não sei viver sem ti
Que entenda meu coração isso
É que viver assim, sem ti, perdeu a graça

E tudo é apenas rotina
Do que preciso fazer pra continuar vivendo
Respirando sem viver.

(J.L.)




Que diria eu de ti?
Se não apenas o que sei
O que me mostras

Dirias que admiro
Teu jeito tão simples
E honesto

Teu olhar mais doce
A tuas palavras mais duras
Porque não podem ser diferente

Falaria de teus carinhos
Com respeito a quem és
Diria que assim o é

Diria que não poderia ser assim
Mas assim foi
E continuará sendo entre nós

Diria que o que há
É o que não podemos definir

E assim até quando tiver fim!?

(J.L.)



E não adiantaria negar
Há quem nos queira bem
E há quem nos queira mal

Quem nos engana
Quem tenha duas e mais e mais caras
Quem não sabe quem realmente é

E pinta de bom
E vangloriasse de suas honrosas bondades
E mente de cara limpa

É por isso que quando vejo alguém se expressando
Demonstrando suas frustrações
Certo ou errado eu admiro

Desconfie de quem se acha sensato
Das falas mansas e juízo “coerente”
Dos manipuladores bons de argumentação

Antes sentimentos expostos, as claras
Seja raiva, descontentamento ou bom humor
Que aqueles medidos e calculados.


(J.L.)



São de perto e de longe
Mas de dentro do coração
Cada um no seu jeito
Com sua essência
E verdadeiramente únicos!

Minha história com eles tem seus por menores
Deus me deu os melhores
E mesmo aqueles já se foram
Deixaram em mim um parte deles.

A vida se torna mais doce, mais leve
Quando temos os amigos
Que fazem dela uma harmoniosa luta
Que cada um tem dentro de si
Compartilhando com o outro alegrias e dores
Sabendo que temos com quem contar, com quem somar
E que não estamos só
Que somos mais mesmo com as diferenças
E juntos aprendemos a caminhar.

( J.L.)


Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou.
Vejo em cada grito de exigência,
Um grito de carência, um pedido de amor!

Amor é síntese,
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr.
Não me corte em fatias,
Ninguém consegue abraçar um pedaço,
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor!

(Mário Quintana)


Tem tempos que não fazem sentido
Que tudo parece desmoronar
E as forças mirram

O coração mais que aflito padece
Tristezas da vida rotineira
Das causas que aqui estamos sujeitos

É alguém que se vai
É uma doença que nos abate
Ou uma porta que se fecha

Não cansamos de esperar tanto
De tudo e de todos
E vemos o que não queríamos

E teimamos em acreditar
Que um dia irá mudar
Que o bem retornará

Assim eu creio
E forças peço para lutar
As flores ei de ceifar

Quem vai a minha frente
O mar pode acalmar
Assim irei proclamar.

( J. L.)



E o tempo poderia passar e passar
Quando se tem uma dor
Ela simplesmente dói

Não são remédios
Ou doses de motivação
A dor fere o coração

E ferida interna é sempre mais difícil de curar
Sabemos até como começou
Mas não sabemos quando irá terminar

E dói!
E se passar...
As marcas sempre irão ficar.

( J.L)




Saberia meu coração amar-te?
Penso, tão logo penso
Que terias trabalho
Em desbravar o desconhecido de mim
As coisas que deixei para trás
Quando desacreditei do amor

Amar-me seria não cansar
De me fazer acreditar
Ao meu lado dia-a-dia lutar
Seria estender-me a mão
E por vezes sentir recusa
O olhar desconfiado

Amar-me seria suar
Batalhar por ser quem pode ser
Não fingir ser o que não pode ser
Querer ser o que podemos ser
Unirmo-nos , sendo um só

Amar-te ! Amar-me!
Eu posso? Tu podes?
Saberíamos enfim
Ser o que cada um quer para si?

(J.L.)







Olho, olho!
Vejo-o assim
Tão meu
Em mim.




(J.L.)


É difícil voltar a amar quando já feriram seu coração, quando não há mais esperança de crer nos bons sentimentos.


A gente perde aquela inocência, da pureza que achávamos no tal amor e não se encontra novamente tão fácil. É como a cantiga de infância, o anel de vidro que se quebra e não volta mais a ser como antes.
E também não é por não querer mais amar, mas a soma disso com o não querer acreditar ou não precisar mais acreditar pensando que poderá  voltar a desacreditar, porque há chances novamente, de acontecer igual ou pior e porque dificilmente pensaríamos que pode acontecer diferente. A gente fica, tipo, vacinado. Arisco.


E criamos regras. Algumas dificílimas, pode acreditar. Voltar a amar é risco, e quando este já foi provado não se quer passar por tamanha dor novamente.


Mas penso eu, nesta tão difícil arte de viver e de amar, que há formas de amor que nunca valeram e nem valerão apena, porque poucos se importam realmente com o outro, é ai de onde vem o sofrimento, quando se quer satisfazer apenas sua própria vontade. E aprendi com tudo isso que quem não sabe dividir não sabe amar, quem pensa que a diferença do outro é empecilho não sabe aceitar e quem pensa que seu pensamento é soberano não sabe construir. Sendo assim, não vale investir. Entendeu?


Não dá pra amar quem não sabe somar!


( J.L.)



 
Tem dias assim
Que as palavras ficam soltas
Dispersas, inquietas

O coração aperta
Sofrendo a ausência
Sentindo o incompreendido

Sim, não compreende
A inquietude em que se encontra
Porque não se encontra

E se perde nas vastas lembranças
E mistos de sentimentos
Revirados, modificados

Chora e cala
Vive a angustia da solidão
Do sim e do não.

( J.L.)





Peço a Deus para cuidar de mim
Principalmente quando de mim esqueço
E proteger-me de tantos males
Que rondam minha vida
Mesmo sendo tão pacata

Peço a Deus que cuide de mim
Quando fico sem direção
Quando nem ao menos penso em buscá-lo
E me desvio de seus projetos
Olhando demais para os meus

Peço a Deus que me ensine
A ter a paciência que desejaria
Deixar essas agoniadas imediações
Olhar a vida com mais cautela
Vislumbrar os lírios que tem nela

Peço a Deus que me ensine
A não sofrer antecipadamente
A confiar e fortalecer-me sempre Nele
Agradecendo os dons que me concede
Mesmo quando penso que não faz diferença.

( J.L.)





Às vezes fechos os olhos e busco os sonhos
Aqueles que sonhamos juntos
Lembrando dos risos e dos planos
Da vida que queríamos para nós

Fecho os olhos lembrando tuas palavras
E ainda escuto os ecos me chamando: Amor!
E sinto os abraços apertados
E os beijos apaixonados

Sonho acordada com as lembranças
De um tempo feliz
Ou de um tempo que pensei que era feliz
Antes da morte tirar o que amei

Morreu aqui em meu peito
E longe destes sonhos nostálgicos
A realidade me traz a perda
Do que não era, de quem não era.

( J. L.)






É assim, não sei fingir
Se gosto, gosto
Se não gosto, não gosto
Não sei fingir
Não preciso fingir
Botar cara de santa
Falar de voz mansa
Parecer educada para outros

Não sei ser diferente
Se compreendo, falo
Se não compreendo, expresso
Não fico esperando que adivinhem
Não preciso ser o que não sou
É muito mais fácil
É muito mais pratico

E gosto de gente assim
Que me fale também
Se fiz mal, se fiz errado
Que expresse
Que seja ela mesma
Com raiva ou com doçura
Com compreensão ou com repreensão
Mas que não precise fingir

O mundo já tem muita caricatura
Que se enfeia mais ainda
Com a péssima representação.

( J.L.)