Deixo aqui um pouco de mim. Deixe-me um pouco de você!









Vai partindo também
Quando sentires que não há reciprocidade
Ninguém precisa fingir se não existe saudade

Vai deixando esfriar
Quando sentires que não há mais calor
Ninguém precisa fingir que ainda existe valor

Vai deixando mesmo que doa
Quando sentires que existe recusa
Ninguém precisa mendigar uma escuta

Vai deixando, mesmo amando
Quando sentires que o rumo mudou
Mesmo que todo o sentimento permaneça com dor

Deixa pensarem que tudo voou
E faça um favor, continue...
E permita-se viver apesar de tal amor.


( J.L.)




"O Amor nela era tão intenso que a consumia com suas incógnitas de ser desprezado
Ser tão sentido sem esperanças, que dia após dia se desconstruía
Só para ela viver um pouco mais."

(J.L.)


Muita coisa me fez dura nessa vida
Talvez eu tenha deixado muitos momentos bons
Passarem despercebidos, não quis vivê-los
Alguns sentimentos que me foram dedicados
Mas eu não queria senti-los ou apreciá-los

Ver tua alegria sempre que me via
Querer estar perto de mim
Minha frieza te afastava em seguida
Porque quando faz sentido nem sempre sabemos acolher

Hoje vejo definhando assim
Meu coração se desarma e dói
Ninguém nunca saberá dessas lágrimas
Que agora derramo por sentir minha inutilidade

Não é que não o amei
É que quando a gente ver bem pensa que será sempre assim
E quando nos damos conta, tudo pode ir
E a gente fica sem saber porque fomos tão medíocres nos sentimentos.

(J.L.)

P.S. Você partiu e deixou saudades...



Ele olhava ela e sabia quem era ela
Sentia sua frieza
Seu esforço para não mais mergulhar em sentimentos

Ele olhava ela e podia ver as coisas que ela nunca disse
Suas incredulidades e suas esperanças tão contidas

Ele olhava ela e podia sentir o que ela não demonstrava
Sua felicidade em vê-lo
E sua entrega tão íntima

Ela sabia que ele a entendia
E no seu abraço morriam todos os medos
Porque ela nunca esteve tão certa daquilo que sentia.

(J.L.)


Fiquei ali, sentada
Sentindo o cheiro da chuva
Envolvida em pensamentos
Deixava-me tocar pelas gotas frias

Sentia tua ausência
Arrepiava-me a pele
De tantas sensações incompreendidas
Recordava teu abraço

Estavas longe
Meu coração queria aquecer-se
Sentia solidão
A certeza de que nada mudaria

O Amor era meu
Alimentava-se das lembranças
Dos pequenos momentos
Dos quais não mais terei

Não estais mais aqui
Você se foi
E eu fiquei
Vagando em noites solitárias.

(J.L.)



Às vezes a gente sente umas saudades que chega a ser melancolia. A gente sente falta de coisas e pessoas que foram importantes mas ficaram em algum lugar no passado. 

A gente entende que dói, mas que foi preciso, existia mais na busca que queríamos. A gente percebe que muita coisa mudou e temos sim uma saudade , até de quem a gente foi um dia e mesmo sabendo do quanto algumas coisas foram importantes por te trazerem aprendizado e paz você precisava ir mais além. 

E não é que não se sente falta, às vezes a gente já não se encaixa mais em alguns lugares, tudo se faz estranho, só perdura mesmo o que de fato era verdadeiro, eu acredito assim. E é bem verdade, sobrou muito pouco (de pessoas e coisas), muito pouco mesmo. E essa saudade chega até o limite de se duvidar dela mesma, porque se sobrou tão pouco, você não sabe se é pelo pouco ou pelo muito que pensou que existia.



(J.L.)


"A alma livre escuta a música e dança
Transcende todos os olhares julgadores
Não se impede de sentir o ritmo
Ela se envolve nos tons, nas notas
E deixa a melodia tocá-la
Sem medo de ser feliz."

(J.L.)








Ela vislumbra-se pelo agora, pelo hoje
Importava o que ainda não viveu
O que podia ser
Os minutos seguintes
O que ainda pode fazer

Já não remoía o ontem
O passado era apenas bagagem
Da experiência que trouxe para o agora
Tão notório de sua impulsiva busca
Dos caminhos que tem lá fora

Era a jornada que podia ver
Que  a chamava para viver
Intensamente
Profundamente
Que fazia o coração incessante bater.

(J.L.)




Foi assim a primeira vez que te vi
Não acreditava em amor à primeira vista
Sempre fui muito racional
Te vi e o mundo girou
Meu coração acelerou
Naquele momento eu senti
Você já estava em mim

Não sei dizer mesmo se foi o olhar
Se foi o sorriso ou se foi de observar
Mas por que te observei?
Quem poderá explicar?!
Te amei e por um instante tudo parou
Parecia que só existia eu e você
E nada mais pude entender

Não é obsessão
Não é capricho
É como se já soubesse
Que você era o que eu sempre quis
Se existe encontro de almas
A minha te encontrou
Você pode até não lembrar
Mas meu ser lembrou

Talvez seja por isso
O nosso jeito tão aberto
Nosso querer tão discreto
Talvez nossas almas saibam
E sempre se procuram
Em qualquer universo
Mesmo que o presente
Desperdice este afeto.

(J.L.)










"A gente vai se desvencilhando, 
mudando e quando nos damos 
conta já não nos interessamos 
mais por coisas e pessoas que 
pensávamos que fariam falta."
(J.L.)






"As noites de chuva são as melhores. 
Pode-se mergulhar no mistério de 
sensações que traz, desde a gota d'água 
à tempestade de recordações
e esperanças." 

(J.L.)



Meu amor,
O lado bom de te amar é poder sentir o coração pulsar
Quando tantas vezes já deixou de acreditar
Quando pensava nem mais esperar
E ai pode te encontrar

Para trazer aos meus dias, mesmo os mais rotineiros
A sensação de não mais estar só
Estar na cama e não mais alcançar o vazio
E nas noites de chuva não sentir mais frio

Sei que não é perfeição
Descubro um pouco de ti todos os dias
E como eu buscavas alguém
Assim fomos atraídos um ao outro

Nosso amor reflete na íris
Nas conversas bobas e desprendidas
Quem ver pode até não entender
Mas no nosso abraço a gente entende.



(J.L.)



A gente observava a chuva lá fora
E ela nos envolvia em cumplicidade
Nossos olhares e nossos risos leves
Nossos abraços e nossos beijos
Nossa atenção impar de algumas horas

A perfeita conexão de almas livres
Dispostas e entregues
Não ao acaso, mas ao querer
Não ao pertencer, mas ao permitirem-se
Não a teorias, mas em viver

Quem entenderia, senão nós?
O imã que nos magnetiza
Os opostos que se atraem
As mãos que se entrelaçam
Os corações que pulsam forte

Não é que compreendemos
É, talvez, o que não definimos
O que não queremos cobrar
E não queremos deixar de sentir
E sentindo não nos impedimos.


( J.L.)




Ainda que não o consideremos nosso melhor amigo
Ainda que não o tornemos nosso confidente
Ainda que não agradeçamos pelo que faz por nós
Ainda que não escutemos sua voz chamar
Ainda que o esqueçamos nas melhores horas
Ele não nos abandona!
Está aqui, quando nosso coração quiser enxerga-lo
Está aqui, disposto a nos abraçar e nos dá consolo
E este aqui é perene, disposto, atento.
É Amor paciente, que não se compara a nenhum outro alguém.


(J.L.)





Sim, eu falo pelos cotovelos e consigo silenciar de forma mais abrupta que puder, gosto do movimento, do barulho, como cultivo intensamente a calmaria, vivo os dois lados da moeda, as controvérsias da vida, já vivi infernos e experimentei de paraísos, digo as palavras “sempre” e “ nunca” mesmo sem compreender suas profundidades, sou intensa e preciso desses advérbios mesmo sabendo da limitação que somos.

Mas uma coisa é certa, não quero que ninguém engula minhas ideias de goela abaixo, não sou dona da razão, nem detenho todo o conhecimento, tenho minhas opiniões que nem sempre são agradáveis aos ouvidos e tão certo é também que gosto de ouvir os outros e tentar compreende-los em suas palavras.

Sou do tipo que dificilmente vai expor algo se não for questionada, do tipo que não vou a algum lugar sem ser convidada, do tipo que se convidarem e não me derem abertura vou entrar muda e sair calada, também não ando por ai reclamando da vida, vendo dificuldade em tudo, sou do tipo que acorda pela manhã e diz: Bom dia Vida e obrigada Senhor por este dia!

A gente vai aprendendo tanta coisa nessa vida e vai mudando, se ajustando, às vezes acho que fiquei mais cabeça dura, outras que estou mais maleável, em outras já acho que não sei mais é de nada, mas confesso, tenho sede de aprender, me descubro sempre assim, uma pessoa curiosa, como se a vida fosse começar agora...

Já vive tantos altos e baixos e fui descobrindo nas ações tensas da vida a superação, um sorriso após a lágrima, o perdão após a decepção, sofrer sem deixar de amar e continuar... Viver acreditando, no bem, no bom, no melhor que ainda pode acontecer. Se eu fosse um pintor teria telas de todas as cores, teria telas com todas as estações da vida e nesse exato momento eu estaria pintando algo em tons brancos e azuis claros, cintilantes, estou em uma fase que me sinto bem, tranquila, leve, sim, nessa tela teria certamente um pássaro, livre, buscando sempre o horizonte...

(J.L.)





Aprendi a viver só, no meu mundo
Sem culpas, mergulhada em mim
Mas também sem egoísmos
Fazendo o melhor que posso

Deixando pequenos sorrisos
Alguns abraços a quem desejar
Conselhos a quem me escutar
Não mais que isso, porque sempre tive pouco

Aprendi a cantar para mim
Chorar para mim
Amar para mim
E perdoar-me por meus silêncios

Felicidade foi encontrar meu próprio equilíbrio
De não ter ninguém apenas eu mesma
Para sanar minhas decepções
E seguir em frente sem olhar atrás.

(J.L.)





A lembrança era ouvir o som da chuva
Então podia suspirar e sentir o cheiro
Podia fechar os olhos e sentir o toque da mão
E entender cada olhar pelas palavras não ditas

É um passado que se faz presente
Querendo tal amor
Recordando os momentos perdidos
Os sentimentos sufocados

Como tem poder o chuá lá fora
Remexendo tudo dentro de mim
Instigando profundamente a memória
Revivendo o amor que marcou minha história.


(J.L.)



Hoje senti uma grande vontade
De estar envolvida no seu abraço
De querer tocar seus lábios
Ouvir teu coração bater

Senti vontade de acariciar teu rosto
Deixar minhas mãos deslizarem em teus cabelos
Fechar os olhos e sentir teu cheiro
Abrir os olhos e encontrar-me nos teus

Senti vontade de estar pertinho mesmo
Encostando a cabeça em teu colo
Sentindo a respiração no peito
A maciez da tua pele

Senti tanta vontade de você
Da docilidade que esconde
Mas sou somente assim
Vontade que não se confessa.

(J.L.)




Nunca acreditei na tormenta
Sempre acreditei na paz do sentimento
No acolhimento terno
Na liberdade que se pode dar a quem se ama

Não temos ninguém para a gente
E nada pode garantir eternidade
A não ser a certeza de que pode mudar
E mesmo assim ainda continuar amando

Porque se verdadeiro não muda
Pode passar por fases
Como as estações
Nem tudo é primavera!

Aquela loucura cega nunca me pegou
Jamais me iludi com promessas
Só posso garantir os meus sentimentos
Não tenho domínio sobre outros

Sonhos se desfizeram em meus olhos
O amado escorregou pelas minhas mãos
Mas nada me pertence
A não ser o amor que em mim floresceu...

(J.L.)





Ela era a menina das palavras
Escritas e faladas
Ela tecia como ninguém as interpretações
De tão minuciosa que era

As palavras faziam-lhe cocegas
Tiravam seus risos
As palavras lhes eram como punhais
Atravessavam o coração

As palavras não se perdiam
Tudo o que era dito era guardado
Seu pensamento remoía
E mergulhava nos sentidos

As palavras nem sempre era o que eram
Ela sabia que o tempo fez perder seu valor
Por isso nunca falava sem sentir
E nunca sentia sem falar ou escrever.


(J.L.)





Era apenas um pássaro
Nunca foi um rouxinol ou sabiá
Só sabia cantarolar
Gostava do que cantava

Vivia a vida em tons legais
Nem sempre seu som agradava
Mas seu peito era leve
Seu coração se ofertava em cada canto

Em dias ensolarados cantava
Em dias de chuva cantava
Em todas as estações cantava
Ou ao menos tentava

Um dia feriu a garganta
Travou seus sons
E não mais sendo o que era
Tinha apenas a liberdade de voar...


(J.L.)



As pessoas não veem
Mas elas te roubam sonhos
Te roubam esperanças
Te roubam coisas boas que gostava de fazer

As pessoas não veem
Mas se fazem de bom
Fingem uma saudade
Fingem uma conversa

As pessoas não veem
Mas vivem em seus egoísmos
Nas suas verdades
Cada um no seu mundo

As pessoas não veem
Mas se destroem
E destroem os outros
Pelo simples fato
De não saberem quem são.

(J.L.)


Vinte poemas de amor e uma canção desesperada


Posso escrever os versos mais tristes esta noite
Escrever por exemplo:
A noite está fria e tiritam, azuis, os astros à distância
Gira o vento da noite pelo céu e canta
Posso escrever os versos mais tristes esta noite
Eu a quis e por vezes ela também me quiz
Em noites como esta, apertei-a em meus braços
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito
Ela me quis e as vezes eu também a queria
Como não ter amado seus grandes olhos fixos ?
Posso escrever os versos mais lindos esta noite
Pensar que não a tenho
Sentir que já a perdi
Ouvir a noite imensa mais profunda sem ela
E cai o verso na alma como orvalho no trigo
Que importa se não pode o meu amor guardá-la ?
A noite está estrelada e ela não está comigo
Isso é tudo
A distância alguém canta. A distância
Minha alma se exaspera por havê-la perdido
Para tê-la mais perto meu olhar a procura
Meu coração procura-a, ela não está comigo
A mesma noite faz brancas as mesmas árvores
Já não somos os mesmos que antes havíamos sido
Já não a quero, é certo
Porém quanto a queria !
A minha voz no vento ia tocar-lhe o ouvido
De outro. será de outro
Como antes de meus beijos
Sua voz, seu corpo claro, seus olhos infinitos
Já não a quero, é certo,
Porém talvez a queira
Ah ! é tão curto o amor, tão demorado o olvido
Porque em noites como esta
Eu a apertei em meus braços,
Minha alma se exaspera por havê-la perdido
Mesmo que seja a última esta dor que me causa
E estes versos os últimos que eu lhe tenha escrito. 

(Pablo Neruda)




Eram nossos olhos
Nossos risos bobos
As conversar à toa

Eram os acasos ou não
As intensões ou não
O querer que tínhamos

Eram os desejos
A vontade
O toque das mãos

Era o que não definimos
Só o que sentimos
Quando os lábios se encontravam.

(J.L.)


Pensei que não havia mais saudade
Ou ao menos que já tivesse vencido a tal da nostalgia
E de repente, me pego traindo a mim mesma
Nas coisas que não queria sentir
Nas lembranças que não queria lembrar
Será isso mesmo uma saudade?!
Pergunto-me entre lágrimas
E ao mesmo tempo num riso bobo
Lembrando de momentos tão bons
Misturado com ruins
Que coisa estranha!
E me senti levada de mim em pensamentos
Soltos, diversos, intensos
Se estava no controle hoje saiu correndo
E simplesmente me deixou tão quieta
Com um vazio de quem sabe
Que nada pode fazer voltar.


(J.L.)


As muitas lutas travadas ainda que não vencidas fazem-me mais experiente, trazendo tantas lições, algumas boas, outras ruins de aprender, porém necessárias. Ao longo da vida, tantos altos e baixos, superações, decisões e discernimentos, erros e acertos, fizeram-me mais firme.

A vida pode parecer ter sido fácil quando se olha meus risos, mas até isso tive que aprender, o que trazemos intimamente poucas pessoas conseguem ver.Quando às vezes se perde as esperanças, quando se perde a confiança, quando definha sentimentos bons, quando você se encontra só, quando não há com quem contar, desabafar... Quando ninguém pode ver tuas lágrimas, quando necessita de compreensão, um abraço amigo, algum afeto recluso e impedido...

As pessoas teorizam tantas coisas a respeito das outras mas nem sempre querem saber como realmente estão. Eu aprendi tanto comigo mesma, questionando minhas atitudes, interrogando meus jeitos e trejeitos como aprendi olhando para outros e tentando entender porque agem como agem e são como são e sempre acreditei que podemos mudar e nos aprimorarmos como seres “humanos”. Humanos de verdade. Eu mesma mudei tantas vezes e certamente eu podia ser alguém muito pior.


Sei que não sou a melhor pessoa, sei que sobrevivi a tantas tormentas e continuo navegando nesse mar da vida, fácil não é, mas aprendi que podemos ser mais leves e nada melhor do que contribuirmos conosco mesmo e com os outros facilitando as coisas. Não precisamos complicar tanto, que a dor e a alegria sejam sentidas no seu devido tempo, que os sonhos e projetos sejam perseguidos e incentivados, que a nossa mão esteja sempre estendida para ajudar ou receber ajuda.

 Das tantas vezes que caí encontrei uma estendida e não hesitei em segurá-la e nem sempre é o seu melhor amigo não, às vezes é até um desconhecido, uma pessoa que considerávamos “chata” ou sem afinidade alguma, uma pessoa cheia de problemas também, alguém que a vida deseja que percebamos e descubramos que não há perfeição e todos vivem numa batalha ferrenha que nem a gente, alguém que nos trouxe a palavra certa, a conversa necessária, o ânimo preciso para entendermos o momento que passamos.


Do que precisamos? De olhos atentos porque a vida tá sempre ensinando, tudo pode acontecer de bom ou de ruim porque o único script que ela tem é nascer e morrer e o intervalo entre esses é a nossa batalha, é a misteriosa luta  que travamos, a de aprender a viver, cair, superar e continuar aprendendo... é a nossa história. 
E lembre-se, um guerreiro luta até o fim e faz história!


(J.L.)




É como abrir a porta e deparar-se num mundo estranho
Onde não se conhece ninguém
E não sabe porque está ali
Nem se algo faz sentido

Você fica querendo se adaptar
Mas nada se encaixa
Você não sabe se o lugar é diferente
Ou é você que não é coerente

Quantas dimensões criamos?
Quantas expectativas fazemos?
Quantos sonhos enfeitamos?
Quantas verdades abafamos?

Quando a realidade se mostra
Quando se vê claramente
Quando a mente se abre
Muitas coisas desmoronam

Os castelos imaginários
Os muros que defendiam
Até as pontes que ligavam
Ao amor que pensou ter existido.


(J.L.)



Nasceu de nosso silencio talvez
Do olhar primeiro
Daquele jeito sem explicação
Quando simplesmente acelera o coração

Dos risos fáceis
Das brincadeiras bobas
Dos jeitos sem jeito de falar
Não tem como a gente explicar

Nasceu do beijo desejado
Do risco calculado
Do desejo aprisionado
Da admiração observada

Dos minutos pouco aproveitados
Das noites sonhadas
Dos medos da recusa
E da vontade da coragem

Morreu, minuciosamente
Pelas mãos do Tempo incoerente
Das almas que se encontraram
Em um dia errado.



(J.L.)


Às vezes é só deixar o vento levar
Não é questão de lamentar
De se maldizer
E fechar as portas

Apegar-se ao que não é
Ao que nunca pode ser
Viver esperanças vagas
Sentir o peito doer

Às vezes é só fechar os olhos
E repetir para si mesmo
Não, não, não
Chega dessa ilusão

Seguir em frente
Olhar o caminho
Tem muita coisa bonita
Não precisa viver cegamente

Se é amor ou paixão ardente
Já chega de se perguntar
Liberta o coração
E ver com a razão

Às vezes é só deixar para lá
Como folhas de outono que secam
Como areia que muda de lugar
Quando se cansa esperar.


(J.L.)



Não importe-se com o que falam sobre você
Limite-se a conhecer a si mesmo, seus limites, seus sonhos, seus risos, suas lágrimas, seus desafetos, suas esperanças...
Importe-se com o que traz de bonito, corrija os erros na medida que fores aprendendo, caminhe, não pare, siga...
Seja você, com erros ou acertos, mas disposto a superar, melhorar, evoluir...
Não permita inquietar-se pelas conjecturas que fazem sobre ti, somos bem mais do que pensam de nós e podemos chegar onde pensam que não chegaremos.
Que a vontade de lutar e de chegar às nossas aspirações não sejam para provar nada a ninguém, mas pela consciência plena e pacífica de quem sabe quem se é e o que se quer.



(J.L.)



Quantos jardins descuidados
Quantas rosas secaram
Pelo descuido do jardineiro
Eis uma grande tarefa
Que requer atenção continua
Senão...
Somos todos jardineiros
Somos todos jardins
Talvez seja nossa dualidade
Acontece que às vezes só queremos o cuidado
E esquecemos de cuidar
E o Amor requer retornos
Ninguém passa a vida inteira só cuidando
Todos temos nosso perfume e espinhos
Todos precisamos cuidar e ser cuidados.
E os jardins?
Se assim fosse
Todos seriam floridos!

(J.L.)


Nessas idas e vindas não dá pra viver
Eu confesso amor, já cansei
Lembro quando tudo começou
A gente não aguentava tanto amor
Era explosão de sentimentos

Eu e você éramos feitos um pro outro
Você me completava você era tudo
Eu sei que a gente sempre vai se amar
Mas não dá mais pra  negar
A gente vai ter se deixar

Vou para longe conservar o que ainda existe
Chega de sofrer, chega chorar
Eu sei que ainda vou te amar
Mas aqui não é, aqui não é o meu lugar

Todas essas brigas e desentendimentos
Não vale a pena deixar tudo acabar
Temos uma história que não dá para apagar
É por amor, que sugiro
A gente ainda pode se amar
Cada um em seu lugar.


(J.L.) 


Não tem jeito, termina o ano e vem aquela sensação, aquela reflexão sobre tantas coisas que ao longo deste ciclo foi mais que um aprendizado.
Não tenho palavras para poder agradecer à Deus por me conceder saúde e me fortalecer em tantos momentos . Tensão, incompreensão, dúvidas, interrogações, loucuras, alegrias, poucas lágrimas graças a Deus, profundas dores e perdas.
Conquistas, sim, aos pouquinhos e devagar como sempre costumo dizer, pois se tem uma coisa que tenho aprendido ao longo do caminho é aprender a ter paciência e perseverança, é devagar e sempre...
Ainda ficou aquela questão de não ter conseguido a principal meta, mas, tá aí novos dias para que tudo possa ser perseguido (os sonhos) e conquistados.
As vezes vacilo eu sei, mas Deus tem me abençoado mais do que mereço, Ele sabe que em mim há uma imensa gratidão, mesmo quando quero afundar sei que sua mão me sustenta.
Enfim, não fiz nem costumo fazer promessas, quero poder ser sempre o melhor de mim no dia-a-dia, nem sempre eu acerto, espero poder perceber a tempo, pois não tenho intensão de fazer o mal, ou ser mau, mas também sei que nunca irei deixar de fazer minhas perguntas, de tentar compreender, apesar de já ter jogado tantas coisas pro alto por não mais querer insistir em coisas que sempre falei ou questionei.
Não sou a melhor pessoa, talvez nem seja a melhor amiga, talvez eu tenha desaprendido muita coisa até de mim mesma e o que sei é que quero cada vez mais me reencontrar, de tanto que me descubro percebo que ainda sei tão pouco de mim e Deus, sim, é sempre Ele a testemunha dos meus esforços para tentar ser o melhor que posso, porque aos olhos dos outros tem sempre os julgamentos, que não irão me travar e se tem uma grande verdade é que nem sempre agradamos a todos, então, paciência, um dia as opiniões podem mudar, eu acredito.
Quero continuar sendo eu, agradecendo, vivendo e não me prendendo aos muitos por menores pois sei, existem maiores e a Vida só é uma para perdermos tempo com coisas e pessoas que não nos acrescentam grandes Aprendizados.
(J.L.)