Deixo aqui um pouco de mim. Deixe-me um pouco de você!






Tinha vento forte
Eu aspirava por navegar apenas
Preocupava-me com meu velejar
Não sei me prender a nenhum cais
Não sei te olhar e ficar em paz


Se tantas vezes me interrogas
Instiga-me por não querer tuas profundezas
Confesso, gosto de ver o sol, sentir a brisa
Não quero afundar
Não sei me abandonar


E velejo mundo afora
Que tenha ou não a tua fúria
Não vou embora
Vou navegar
Não sei amar


Sou barco para andar sobre Ti
Quando penso que te pertenço
Retenho-me com furor
Aspiro ares também de mistérios
Um dia venho, um dia vou


Só sei que nosso melhor jeito é assim
Eu ser quem sou
Tu seres quem és
Cada um com seus mistérios
Seus anseios e sonhos controversos.


(J.L.)





Estava tudo bem
Porém lagrimas correram no rosto
Motivos não tem
Se tem, não sei também

E veio nem sei que sentimento
Só queria chorar
Com olhos perdidos em nenhum pensamento
E o coração começou a apertar

Se se chora sem motivos
Sem saber o que acontece lá
No fundo da alma contido
Razões que só Deus pode sondar

E esse momento é reflexivo
Que buscas tu coração sofrido?
Se revives mesmo sem querer
Algum momento que marcou teu ser.




(J.L.)


Quando sinto o cheiro de terra molhada
Quando escuto o barulho no telhado
Sempre tenho boas lembranças
De um tempo que não volta
De momentos únicos
E sonhos que ficou lá
Poetizei tantas vezes
Por recordar tais lembranças
Porque revivem cada vez que uma chuva cai
E não importa onde eu esteja
Porque está dentro de mim
E se chove, no coração tem tempestade
Que hora entristece, hora me faz rir
Hora me regressa, hora me faz seguir
Só sei que irriga inúmeras emoções
E chove, chove...
E me resta poetizar.

(J.L.)