Deixo aqui um pouco de mim. Deixe-me um pouco de você!




 


Paciência é o intervalo entre a semente e a flor. ( Ana Jácomo )

A mais de um ano e meio comprei uma planta. Por quê? Nem eu sei. Encantei primeiramente pelo nome: Flor do deserto. Pareceu-me uma ótima planta pra cultivar já que não precisava regar todo dia. Começou assim uma jornada para ver as flores que brotariam. Fui cuidando... 
Tudo que a gente quer ter precisa de cuidados para que possamos dali tirar o melhor. Confesso que às vezes esquecia de regar, pedia pra vizinha o fazer quando me ausentava, mas meu olhar todos os dias quando perto a observavam. Não é fácil cuidar! Requer atenção, medidas certas de algumas coisas, tem vezes que exageramos, outras vezes descuidamos. "Nossa!!! Dá trabalho!" É o que pensamos algumas vezes, mas eu imaginava logo logo ver as flores. O tempo foi passando, passando... e nada...

As outras que haviam sido cultivadas no mesmo período já estavam brotando e a minha nada...
Que agonia! Eu queria ver as flores!  E o tempo passando... Eu estava ansiosa por isso. E então dei-me conta, de que estava querendo as coisas do meu jeito, mas não é assim, algumas coisas nunca serão como a gente quer, algumas coisas precisam de mais tempo para brotarem, eu, que falo e tento tanto compreender este tempo estava ali, querendo demais. Então aquietei! Entendi! Fui deixando este tempo passar. E fui cuidando! É o que eu posso fazer!

Sempre comparei o Amor com uma roseira, que precisa de cuidados para florir. Se não tiver um jardineiro atencioso a mesma vai morrer. É assim com a vida também.
Agora meus olhos puderam ver, a primeira flor!
Eis o tempo! 

( J.L. )

 


Aos 40 anos, Franz Kafka (1883-1924) que nunca se casou e não tinha filhos, passeava pelo parque de Berlim quando conheceu uma jovem que chorava porque tinha perdido sua boneca favorita. Ela e Kafka procuraram a boneca sem sucesso.
Kafka disse-lhe para se encontrar lá no dia seguinte e eles voltariam atrás dela.

No dia seguinte, quando ainda não encontraram a boneca, Kafka deu à garota uma carta " escrita " pela boneca que dizia: " Por favor, não chores. Fiz uma viagem para ver o mundo. Vou te escrever sobre as minhas aventuras." Então começou uma história que continuou até o fim da vida de Kafka.

Durante os encontros, Kafka leu as cartas da boneca cuidadosamente escritas com aventuras e conversas que a garota achava adoráveis.
Finalmente, Kafka trouxe-lhe a boneca (comprou uma) que tinha voltado a Berlim. "não se parece nada com a minha boneca", disse a garota.
Kafka entregou-lhe outra carta em que a boneca escrevia: " minhas viagens, mudaram-me." a garota abraçou a nova boneca e trouxe-a toda feliz para casa.
Um ano depois, Kafka morreu.

Muitos anos depois, a garota adulta encontrou uma cartinha dentro da boneca. Na pequena carta assinada por Kafka, dizia: " Tudo o que você ama provavelmente será perdido, mas no final o amor voltará de outra forma." .
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Uma bela história! Só pude imaginar que ele agiu com amor, dos mais verdadeiros que existe. Não tinha obrigação, não tinha parentesco, apenas quis fazer alguém feliz. Certamente ele também foi feliz nesses momentos. .
"Se isso não é Amor o que mais pode ser?"
(J.L.)

 


O método diz como fazer, mas há diversas formas de se executar o método, pois depende do executor. Tem quem cumpra por obrigação, tem quem queira tirar vantagens, tem quem faça por fazer e tem quem faz porque quer fazer, porque faz parte de si, gosta do que faz e vem da alma, do âmago. Não é atoa que falam que tudo que se faz com amor é melhor. 

Eu penso assim também! Jamais espere aplausos e retornos de quem não sabe o quanto de esforço você dedica a algo ou a alguém. Deixe sua música tocar... Acredite, quem tiver na mesma sintonia, quem gostar da melodia vai procurar dançar junto, vai olhar nos olhos, vai segurar na mão e dizer: Que maravilha!! Observe bem! Quando o barco tiver afundando quem é capaz de executar até o fim o seu papel. Só os que amam de verdade! Só os que vivem e sentem seus corações pulsando. Tem muita gente vivendo por viver, deixando a vida levar, se impedindo de ser quem é, vivendo atrás das suas máscaras, executando, executando, executando... esquecendo a própria alma...

Sem alma, sem amor! Mesmo na dificuldade, na precariedade, eu aprendi assim, sofrer sem nunca deixar de amar. Perdoar a ofensa. É mais fácil viver assim, sem os pesos de só ter que fazer por fazer. Que os motivos estejam claros em nossas mentes, façamos o bem de todo o coração, deixe o melhor de você mesmo que ninguém acredite, ou aceite, ou resista. É maravilhoso saber que todos os dias amamos, buscamos compreender, fizemos tudo, tudo o que podíamos para deixar feliz quem estava ao nosso redor. Eu sei, que serão poucos os que retribuirão, mas acredite, é também maravilhoso quando escutamos no dia, mesmo com tantas pessoas que passaram por ele, alguém dizer: Você fez meu dia mais feliz! 

(J.L.) 

 


Eu sempre acreditei que o que me salva de mim mesma é imaginar e escrever.
Imaginar o bom, imaginar o ruim
... de tudo, de todos...
Ver alguém, ouvir alguém, imaginar ser esse alguém, sentir sua alegria, sentir sua dor...
Quantas vezes isso já me trouxe tantas inspirações que de sentir tanto até choro, porque algumas dores parecem minhas, como também rio...
Nem sempre é de mim, como muitas vezes alguns pensam... mas poucos saberão quem me inspirou, minha reserva do que transferi para mim é como se fosse eu mesma, ali, nas linhas que preencho tão rapidamente
... De testemunhas são as muitas noites que findam com o chegar da aurora...
E por que sou salva? Porque tem muito, muito aqui dentro que só consigo escrever, não mais que isso... Minha visão, meu coração, minha razão, com todos os seus defeitos e algumas qualidades. Eu nunca tenho pretensão que todos entendam, porque se tem algo que sempre pensei sobre os poetas é que os intérpretes fazem muitas analogias , mas saber, saber mesmo o que cada um sentiu, só mesmo quem escreveu. E eu só sei que sinto... e escrevo...

(J.L.) .



Conta uma parábola que um dia a Mentira e a Verdade se encontraram:


A Mentira disse à Verdade: – Bom dia, dona Verdade.

E a Verdade foi comprovar se realmente era um bom dia. Ela olhou para cima, vendo que não havia nuvens de chuva, que vários pássaros cantavam e que era realmente um bom dia, respondeu à Mentira: – Bom dia, senhora Mentira. – Está muito quente hoje, continuou a Mentira.

E a Verdade, vendo que a Mentira era sincera, relaxou-se.

A Mentira, então, convidou a Verdade a se banhar no rio. Ela tirou a roupa, pulou na água e disse: – Realmente, a água está deliciosa.

E, uma vez que a Verdade, sem duvidar da Mentira, tirou suas roupas e caiu no rio, a Mentira saiu da água e vestiu-se com a roupa da Verdade. Esta por sua vez, recusou-se a vestir as roupas da Mentira e, não tendo de que se envergonhar, saiu desnuda, andando pela rua.

Aos olhos das outras pessoas, no entanto, foi mais fácil aceitar a Mentira vestida de Verdade, do que a Verdade nua e crua. (Autor desconhecido)

Tenhamos cuidado, há muitas mentiras vestindo-se de verdades. Só os bons de caráter rejeitam as vestes da mentira e não tem receio de saírem sendo eles mesmos. A mentira, por menor que seja sempre será uma mentira. A verdade por vezes dói, mas é melhor uma vida de verdades do que uma de mentiras. O mentiroso quase nunca lembra de tudo o que disse e se perde em suas próprias palavras, ao contrário, a verdade por si só revela-se. 

(J.L.)





Às vezes é assim, você pensa que não vai suportar aquela dor, aquela decepção, a angústia que se formou. Você pensa que o mundo descoloriu, que sentidos se esvaíram e você apenas vai vivendo... Deixando tudo acontecer, deixando tudo passar...

Às vezes dura anos para se libertar de si mesmo e um belo dia, pronto, você descobre que sobreviveu, que amargou sim longos dias, que as feridas pararam de sangrar, criou cicatrizes...
E você chora mais uma vez porque conseguiu, porque passar os olhos por algumas fotos antigas, algumas lembranças que restaram já não te traz nenhum sentimento. E as lágrimas que caem é justamente pela liberdade que se apresenta.

E você deixa tudo, tudo mesmo, para que não reste mais nada, este sim é o recomeço.
Quando você descobre que o tempo faz esquecer, mesmo devagar... Que é preciso ter paciência consigo mesmo, mesmo que pareça difícil suportar... Que embora alguns te joguem na sarjeta existem outros que te ajudam a sair de lá... Que você pode ir criando uma nova tela, mais bonita, mais suave... E que a vida às vezes pode nos levar a profundas dores, mas nada pode superar o aprendizado de quando você percebe que há mais vida, bem ali na frente... Apenas não pare, não pare, não pare... 

(J.L.)