Deixo aqui um pouco de mim. Deixe-me um pouco de você!






Teus olhos em meus olhos
E todo o entendimento de nós
Dos segredos mais bobos
Dos desejos mais profundos

Nós somos como uma ingênua fome
Que não sabemos se temos
E na prova descobre-se o querer mais
Porque nem sabemos o porquê

Nós somos também o receio de sermos
O respeito pela inocência
A contrariedade do certo
O impulso do terno querer

Teus olhos em meus olhos
E toda a vontade que temos em nós
Que aumenta a audácia
Que salta nos abraços mais fortes

São teus olhos...
São meus olhos...


(J.L)




Sim, à tardinha é vislumbrante
Recheada de lembranças
Voltas no tempo
Do tempo bom de viver ou não

Eu cá, tão velha, sentada à porta
E vejo essa juventude tão apressada
Sempre correndo
Sem tempo pra nada

Quem pode me ouvir escuta minhas histórias
Tanto que foi sofrido
E tanto que foi vivido
Mas quase ninguém quer perder  a hora

E nesses dias que se encerrarão
Quisera poder ter deixado legado
De ensinamento que à vida dediquei
Que tempo, meus queridos
Ninguém nunca sabe se vai ter.


(J.L.)




Quem disse que ela queria ele para ela?
Quem ousou pensar que ela exigiria dele alguma coisa?
Ela só queria ser dele quando ele quisesse ser dela
Caso contrário, ela gostava assim mesmo, de graça

Ela nunca quis o que não se permite para ela
O que não dispõe de algum tempo ou alguma atenção
Mesmo que fosse tão pouco ou quase nada
Ela insistiria na menor da menores oportunidades

Quando ele queria, ela estava lá
Para ser dele inteiramente no momento
Não para servi-lo mas para servirem-se
Ambos buscavam-se apenas

E ninguém poderia medir tal sentimento
Ela amava-o na pequena presença
E tentava multiplicar os minutos
E continuava amando-o na ausência

Ela só sabia que não se importava com o tempo
Ela tinha tempo para quando ele os beneficiassem
Ela só sabia que vivia amando, sentindo
Livremente ela caminhava para ele

Ela tinha a liberdade de querer ser dele
E não importava o que os outros pensassem sobre o Amor
Ela sabia exatamente o que sentia
E ele também.

(J.L)




Tentei está perto
Tentei ser tão presente
Tentei te fazer acreditar naquilo que havia desacreditado
Tentei  amenizar tua dor

Teu olhar me afastou
Tuas palavras ainda que não ditas me mandavam embora
Tuas atitudes me magoavam e doía tanto
E a indiferença partiu meu coração

E fui ficando longe
E fui me acostumando a não te ter
E fui chorando em silencio
E eu nunca soube o que de fato aconteceu

E às vezes me pego pensando em você
Sem nunca ter compreendido tal distancia
Ainda rezo por você mesmo sem pedir
E percebo que não esqueci nada

E ainda dói, pois não vejo mais teus risos
E tenho saudades das conversas falando da vida
E me agarro ao pensar no quanto possas está bem e feliz
Nunca te desejei o contrário !


(J.L.)




Às vezes a gente perde sem nem perceber
Perdemos coisas
Perdemos pessoas
Por descuido mesmo

Não estávamos atentos
Não soubemos valorizar
Quando nos damos conta já se foi
Já tá longe e outro alguém encontrou

Daí nem sabemos quando e como aconteceu
Só sente a falta na precisão
e depois a indiscutível falta que faz
Se faz!

E perde-se porque olhava e não via
Era bom e não dizia
Era valioso e foi esquecido
E de tão esquecido perdeu-se.



(J.L.)






Não se faça distante
Não se faça ausente
Não se abstenha das ações
Nem tão pouco pense que o amor quer caminhar só

O amor necessita de cuidados
Dos mais básicos possíveis, mais necessita
Mesmo que ele seja tão infinito
Se não tiver atenção, abraço, carinho, ele definha

O amor não se acostuma em ver o ser amado longe
Longe em distância, longe no perto
O amor se alimenta do olhar, do afago
Da suntuosa imaginação do que podem fazer juntos

Quando o amor fica abandonado ele fica amargo
Às vezes é difícil de reverter
E quando ele resolve se afastar é a pior de suas decisões
Onde cada passo é como se caminhasse para a sua morte
E como dói ele caminhando nesse rumo sem saber quando vai chegar.



( J.L. )





Nunca esperou por ninguém
Segue seus instintos, suas vontades
Dona da sua mente, do seu coração
Cheia de percepções de vida

Aprende com seus erros e observando os dos outros. Indiscutivelmente não cria medos dentro de si e os supera sempre que aparecem.
Espontaneidade é registro fácil de detectar
Não tem porque ser outra para agradar
O respeito é para todos e mesmo quem não quer o terá.

A verdade é tudo o que pode tocar e sentir e carrega tantas expostas e ocultas.
Sua opinião é para quem de fato quer ouvir, se não quer, por favor não pergunte.
Seus conselhos são de graça sim mas são conselhos, nunca imposição.
Seus defeitos podem ser tantos a tantos que queiram julgar, mas ela sabe de sua imperfeição, tenta ser melhor no que pode, às vezes dá certo, às vezes não, paciência, não dá para acertar sempre ainda que queiramos.
A liberdade é o que a deixa leve, ela se livra de todas as amarras que queiram lhe colocar.
Aprendeu a amar assim, livremente, deixando que tudo cheguei naturalmente, que fique o tempo que for com clareza e querer e que se vá no tempo que for preciso.
Divide o que tiver de bom com quem estiver ao seu redor, não sabe ser mesquinha a não ser quando tiver suas tristezas, essas ela não sabe e nem gosta de dividir, ela prefere estuda-las até o último ponto e tirar aquela lição.
A sua vida é poesia pura, daquelas de tamanha sensibilidade e profundidade, sempre mergulhou nas palavras escritas e rimas, lê-las pode ser fácil mas há tantos mistérios que só o coração poderá entender.
E assim se veste em vida como quem quer tudo e não quer nada, mas seus olhos nunca vão negar seu querer , assim como ela nunca vai desistir do que quer, se for viável obviamente, porque também ela não se impede de mudar, nem de atitude, nem de ideia se assim necessitar.

(J.L.)