Deixo aqui um pouco de mim. Deixe-me um pouco de você!





Saberia meu coração amar-te?
Penso, tão logo penso
Que terias trabalho
Em desbravar o desconhecido de mim
As coisas que deixei para trás
Quando desacreditei do amor

Amar-me seria não cansar
De me fazer acreditar
Ao meu lado dia-a-dia lutar
Seria estender-me a mão
E por vezes sentir recusa
O olhar desconfiado

Amar-me seria suar
Batalhar por ser quem pode ser
Não fingir ser o que não pode ser
Querer ser o que podemos ser
Unirmo-nos , sendo um só

Amar-te ! Amar-me!
Eu posso? Tu podes?
Saberíamos enfim
Ser o que cada um quer para si?

(J.L.)







Olho, olho!
Vejo-o assim
Tão meu
Em mim.




(J.L.)


É difícil voltar a amar quando já feriram seu coração, quando não há mais esperança de crer nos bons sentimentos.


A gente perde aquela inocência, da pureza que achávamos no tal amor e não se encontra novamente tão fácil. É como a cantiga de infância, o anel de vidro que se quebra e não volta mais a ser como antes.
E também não é por não querer mais amar, mas a soma disso com o não querer acreditar ou não precisar mais acreditar pensando que poderá  voltar a desacreditar, porque há chances novamente, de acontecer igual ou pior e porque dificilmente pensaríamos que pode acontecer diferente. A gente fica, tipo, vacinado. Arisco.


E criamos regras. Algumas dificílimas, pode acreditar. Voltar a amar é risco, e quando este já foi provado não se quer passar por tamanha dor novamente.


Mas penso eu, nesta tão difícil arte de viver e de amar, que há formas de amor que nunca valeram e nem valerão apena, porque poucos se importam realmente com o outro, é ai de onde vem o sofrimento, quando se quer satisfazer apenas sua própria vontade. E aprendi com tudo isso que quem não sabe dividir não sabe amar, quem pensa que a diferença do outro é empecilho não sabe aceitar e quem pensa que seu pensamento é soberano não sabe construir. Sendo assim, não vale investir. Entendeu?


Não dá pra amar quem não sabe somar!


( J.L.)