Como no palco o ator que é imperfeito
Faz mal o seu papel só por temor,
Ou quem, por ter repleto de ódio o peito
Vê o coração quebrar-se num tremor,
Em mim, por timidez, fica omitido
O rito mais solene da paixão;
E o meu amor eu vejo enfraquecido,
Vergado pela própria dimensão.
Seja meu livro então minha eloqüência,
Arauto mudo do que diz meu peito,
Que implora amor e busca recompensa
Mais que a língua que mais o tenha feito.
Saiba ler o que escreve o amor calado:
Ouvir com os olhos é do amor o fado.
( William Shakespeare )
Postado por
Jeania Lima
terça-feira, 22 de março de 2011
Marcadores: amor, soneto 23, William Shakespeare
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Um Belo soneto. Bem vivido pelo autor e bem traduzido para o Português.
Parabéns pela escolha!
Esse é mais um belo poema deste genial homem pois reflete todo o universo da alma humana
Paulo Henrique
Postar um comentário