Deixo aqui um pouco de mim. Deixe-me um pouco de você!






Como no palco o ator que é imperfeito
Faz mal o seu papel só por temor,
Ou quem, por ter repleto de ódio o peito
Vê o coração quebrar-se num tremor,

Em mim, por timidez, fica omitido
O rito mais solene da paixão;
E o meu amor eu vejo enfraquecido,
Vergado pela própria dimensão.

Seja meu livro então minha eloqüência,
Arauto mudo do que diz meu peito,
Que implora amor e busca recompensa

Mais que a língua que mais o tenha feito.
Saiba ler o que escreve o amor calado:
Ouvir com os olhos é do amor o fado.

( William Shakespeare )

2 comentários:

Machado de Carlos disse...

Um Belo soneto. Bem vivido pelo autor e bem traduzido para o Português.
Parabéns pela escolha!

paulo henrique disse...

Esse é mais um belo poema deste genial homem pois reflete todo o universo da alma humana

Paulo Henrique