Deixo aqui um pouco de mim. Deixe-me um pouco de você!






Numa manhã, foi assim que aconteceu

Apareceu misterioso em minha praia

De forma enigmática

Aguçando meus pensamentos

Trepidando minhas emoções

Vinha de longe, de outro continente

Em mim veio atracar

Sua ancora fincou meu mar

Desbravando-me sem trucidar

Um dia se foi e minhas águas ao porto o esperou

Olhava o horizonte e nada via

Chorei grandes perdas, porque o mar também chora

Talvez eu não soubesse cuidar de nada

Desconheci quem conhecia

O mar também não conhece a si por completo

Ora revolto, ora brando, ora perdido na sua própria imensidão

A esperar por seus navegantes

Sem alarde ele surgiu, voltou...

Vislumbrante e destemido como outrora

Veio de Portugal em busca de relíquias

Desponta no Brasil para uma pausa

Eu sei de onde ele vem

Não sei para onde vai, o vento é que enche suas velas

Sou o mar que incentiva o sonhar

Seu mistério no mistério do meu mar

Vamos navegar...

(J.L.)

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