Deixo aqui um pouco de mim. Deixe-me um pouco de você!









É sempre delicado quando por mais que façamos e nos dedicamos não haja resultado, ao menos na visão de outros, quando a mente verga para uma unilateralidade de que só o que se pensa sobre o outro sem nunca ter dialogado ou tentado entendê-lo é que é o certo. Às vezes as tentativas de mostrar as sementes que lançamos seja como ideias, afeto, apoio, compreensão são inviáveis, não pelas tentativas, mas porque não existe a preparação do terreno para acolher o plantio. Isto me recorda a parábola do Semeador, onde o terreno é o coração. Mais do que a semente é o terreno, é o que recebe que precisa está árido para que o melhor possa acontecer. Se as sementes forem lançadas a beira do caminho os pássaros aproveitam-se para comer, se lançadas entre os pedregulhos não há como fecundar e secarão por não terem criado raízes, se cair em meio aos espinhos crescerão mas eles sufocarão, por fim, se cair em terra Boa dará frutos. Não tem terreno que fecunde uma semente se ele não for propício.

E é por isso que devemos cuidar do nosso coração, do nosso terreno, do nosso acolhimento. Imaginemos! Quantas coisas já sufocamos, quantas sementes ja impedimos de crescer, quantas flores e frutos estamos deixando de colher porque não sabemos arar o nosso terreno? Nosso senso de julgamento é tão grande que estamos sempre apontando para o outro pensando que o problema é ele, poucas vezes olhamos para dentro de nós procurando as incompreensões, medos e repulsas que temos para com os outros. Julgamo-nos sempre bons, certos e senhores da razão, será mesmo? Se não consegue sentir coisas boas na sua vida este é um convite para olhar mais para si, criticar-se, questionar-se, é um convite para começarmos a ver que terreno temos dentro de nós. O terreno sempre pode ser trabalhado, mas demanda tempo, esforço e vontade.

Tenho pedido à Deus esta graça, porque aspiro pelos melhores caminhos, estou em aprendizagem, erro muitas vezes, mas estou na busca, que não me falte forças. Desejo que o meu e o seu coração seja menos julgador, eu acredito que só assim podemos enxergar o colorido que aspiramos em nossos caminhos. Não precisa ser um milhão vezes zero, cresce em nós o que permitimos. Podemos simplificar e tornar tudo mais belo.

(J.L.)

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