Deixo aqui um pouco de mim. Deixe-me um pouco de você!




 


Eu penso que muitos veem a reciprocidade como se fosse a semelhança, quando a mesma é uma qualidade de opostos que se correspondem. É do diferente e quando semelhantes são bem poucas as características que se convergem, que podemos sentir quando de fato existe a reciprocidade.

É no saber, no conhecer que o outro é diferente e respeitar mesmo assim, que os meus gostos são na maioria divergentes dos demais e isso não me impede de aprender um pouco mais do outro. Entender que cada um tem suas preferências e será muito bom quando alguma convergir com a minha e quando não, continua tudo bem, isso não vai nos impedir de nos relacionarmos.

Se eu gosto de sorvete de chocolate e você de morango, por que isso nos impediria de tomarmos um sorvete? Se eu souber que você gosta de orquídea ao invés de rosa que é um gosto meu, por que eu te daria uma rosa ou por que você me daria uma orquídea? É aqui que tudo toma mais sentido, a reciprocidade é afeto entendido pela compreensão de quem o outro é, sem exigências, mas com mutualidade, quando aprendemos a conhecer o outro de verdade a gente entende que não é igual e é pura ilusão buscar cópias de nós nos outros, então a via de mão dupla começa a funcionar, você vai se doando e também vai recebendo, não é sentido único, não é só "o venha a mim". 

Reciprocidade é próprio de pessoas generosas, o egoísta não tem olhos para de fato enxergar o outro, nem disposição para se doar. 

(J.L.)

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