Deixo aqui um pouco de mim. Deixe-me um pouco de você!






É difícil falar de decepção, porque até o escrever nos remete a uma lembrança triste, que magoa. Decepção não é coisa que fica no passado, pelo contrario, por vezes se renova, por vezes se sofre mais, por vezes se culpa mais ...

Um amigo me diz, que irei me decepcionar sempre, e é claro, isso eu sei, mas é bem verdade que nunca estamos preparados para ela, porque acreditamos no outro. Acreditar, confiar, pensar que estas qualidades nos leva ao “ tiro no escuro” é rotulá-las a mais mediocridade do ser. Por que afinal, confiar desconfiando é o que?

E é bem aqui que percebo-me, e não é o meu erro, isso posso dizer. Ou será que se erra por acreditar em alguém? Por confiar? Pois bem.

Lanço-me na amizade, no relacionamento, acredito , confio ... E mesmo tendo quebrado a cara tantas vezes ainda consigo me surpreender a cada nova decepção...
Confesso, eu não me preparo para viver pequenos momentos, para me divertir por um tempo, para curtir um “namoro” até quando passar a vontade, para ter uma amizade só de escola... Eu gosto da intensidade, do abraço forte, do olhar profundo, das palavras vivas, da luta árdua, do trabalho suado... E é verdade, eu não entendo quando quem antes dizia que também gostava de intensidade deixa o abraço afrouxar, o olhar distrair, as palavras se desfazerem, a luta sem travar, o trabalho por terminar...

Eu me decepciono, choro, sofro, mas ainda acredito, ainda mergulho com fôlego . E por causa desse meu acreditar ainda vou me decepcionar muitas vezes... Faço isso pelo o que eu sou e não porque a vida é assim, a vida quem vive é cada um de nós e as escolhas são sempre nossas, os que chegam pra participar da minha vida e se vão deixam-me marcas. Sou cheia de cicatrizes e muitos nem compreenderão porque ainda doem. Podem doer por eu me decepcionar, mas também dói por eu ainda acreditar.

(J.L.)

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