Eu sei, sou aquele tipo difícil
de ser surpreendida mas que se encanta facilmente com as coisas mais simples.
Eu não gosto do normal, tem que ser diferente e não precisa ser extravagante.
Gosto de cartas, de palavras, de
uma música que combine com o momento e daquelas atitudes esperadas que deixaram
de ser usadas porque o mundo tá “evoluído” demais. Ah, eu gosto das gentilezas
do abraço, das saudações sem gírias, daquele riso descontraído e do olho no
olho.
Eu sei, sou um tanto quanto
antiquada, não nego. Até me esforço na onda dos estilos, acompanho o ritmo,
danço conforme a música, mas nada se compara como mover-se na sua própria
melodia, ouvir o agradável, falar na docilidade recebendo o mesmo afeto.
Eu sei, as pessoas são
diversificadas e que das muitas que
conheço hoje, não fariam por mim metade do que faço por elas e eu os chamo de
amigos, porque aprendi uma lição básica de que ninguém vai agir conforme eu
ajo, mesmo que eu espere. E confesso também, que espero algumas atitudes e elas
nunca vieram.
Eu sei, que já chorei algumas
vezes por isso e que ainda vou chorar, porque tem dias que procuro alguém pra
me doar alguma palavra ou conforto e somente a presença das lágrimas me tocam e
os pensamentos que hora ou outra se revoltam e voltam a dizer a mim mesma que
dificilmente alguém vai perceber o que os meus olhos percebem .
Eu sei, sou cheia de detalhes,
gosto dos detalhes e os menores são os mais importantes pra mim. Aprendi a
relevar muita coisa, principalmente as inesperadas esperadas que são aquelas
obvias mas que não queremos acreditar, e pra manter a valsa da vida quando
pisam no pé eu reinvento um novo passo.
E eu sei, que eu não seria eu se
não fosse assim, aquela aprendiz da vida, que rir e chora com tanta facilidade,
que traz marcas no peito e aprendeu a sobreviver, que se faz amiga na abertura
das escolhas, que fica perto quando perto é preciso e que fica longe quando longe
é o maior bem.
(J.L.)
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