Quantas vezes nos enganamos no amor. Achamos que amamos e
achamos que somos amados e depois quando o mínimo dos mínimos ou o limite do suportável
bate à nossa porta o amor se esvai, acaba, finda, cria raiva, ódio, rejeição,
lamentação, sofrimento...
E os olhos se abrem e nossa mente também, pensamos quanto
tempo dedicado, quantas renúncias feitas sem valer a pena, quantos abraços
podem ter sido em vão e quantas dúvidas se foi ou não foi amor.
A gente cai em lágrimas, em negações, às vezes nos agarramos
a pequenas esperanças querendo que tudo mude, que tudo seja um mal entendido e desejamos
que tudo possa passar e se passa dificilmente volta a ser como era.
Eu entendo que o amor é constante, amor não oscila, não tem medidor,
amor não tem primeira vista tem inúmeras, amor é o descobrimento do outro.O amor é raro porque ele não é egoísta, amor é via de mão dupla, amor é amor
quando se sacrifica, quando se doa e quer fazer dar certo. Amor é esforço diário,
é decidir amar e acreditar todos os dias que podemos amar além das imperfeições
do outro. Amor é doar-se para as alegrias e tristezas que a vida pode trazer.
Se não tens isso não é amor, não se engane, o amor não é de
momento, de uma pequena empatia, de explosão de sentimento sem definição, no
amor sabemos quem somos e o que queremos e por onde estamos caminhando, se você
se sente perdido na relação ela não te levará a nenhum lugar.
Queremos sim ser amados, mas não vejamos amor no primeiro
ato de delicadeza, às vezes é só delicadeza mesmo, se for amor se tornará melhor,
porque o amor é assim, ele é capaz de nos tornar melhores, não pelo outro, mas
por nós mesmos em querermos ser o melhor para o outro. Simples assim. Porque o
amor é pura simplicidade, se é complicado já deixou de ser amor, porque ele não
se prende aos complexos interiores, ele se manifesta em pequenos atos de quem
livremente permite que ele brote. Apenas assim.
(J.L.)