Deixo aqui um pouco de mim. Deixe-me um pouco de você!






Vida que corre, coração que pulsa, dias que passam e nos mostram quão ainda desconhecemos o tempo, que se viva mil anos e não se saberá do dia seguinte e para os que amam a vida, há que se espere o amanhã para vivê-lo, e vivemos, quando ele se torna hoje, quando pareceu tão longe mas tornou-se presente e tão logo vira passado, deixando lembranças que muitas vezes são como raízes alimentando toda uma história.

Há que se esperar que nos venha em bonança, que nos traga alegrias e há que se deparar com muitos dos opostos de nossas esperanças, quando sentimos as lágrimas rolarem no rosto, quando aperta o peito aquela dor que nem sabemos como começou, ou quando a saudade tocou profundo e as ausências nos entalou a garganta, quando  é preciso forjar um riso ou a inquietação foi contida porque a expressão causaria polemicas e já nem adiantava muita coisa, quando, às vezes, nada pareceu ter sentido e em outras com tão mínimo se fez grandioso.

Tempo, tempo, tempo! Que corre, nos envelhece, nos dota de experiências mas também nos interroga:  “ Que sabes tu?” Que vem , que vai, marca, passa... não fica.

O hoje é aquela pequena parcela de horas, um ciclo de luz, onde o sol clareia e esquenta a vida dando lugar à noite, pacientemente, noite e dia, dia e noite, e que vivemos, e por benção maior temos um que nos representa, por inteiro, que passou, mas sempre é recordado para a contagem de nossos anos que Deus nos permite desfrutar até voltarmos para Ele.

Eu sei que quando se comemora a vida, ninguém deseja falar de morte, mas há que se acostumar, não sabemos do amanhã, não sabemos nem se quer daqui a meia hora, vivemos o agora em planos futuros, minuto a minuto, numa rotação mutável de atos e até pensamentos, já não se é quem se foi, nem se será quem se é. E quando se for, quem se será? Há que se pensar!

E se Deus vai permitindo, eu vou caminhando e agradecendo, tenho uma porção de histórias para contar e uma disposição tremenda para querer conhecer o que a vida tem para mostrar. Todos os dias me visto em espera, há de se ter braços abertos, a vida tem lá seus padecimentos e cada momento deve ser sentido, mas viver meus amigos, viver mesmo só você pode dar esse sentido.

Há quem viva como quem quer morrer e morre sem vida e há quem viva como quem quer viver e morre para viver eternamente.


(J.L.)